terça-feira, 23 de junho de 2009

Dia morto...

Hoje é dia 23 de Junho, véspera de S. João, amanhã é feriado aqui no Nordeste. É festa, todos se preparando, comprando roupas, passagens, arrumando o carro pra viajar. Eu estou aqui em casa, passando de um canal pra outro, tentando achar algo interessante pra passar as horas até dormir. Santa Sky, essa é a minha única distração, já que li todos os últimos livros que comprei.
Olhei pro meu dia e o que fiz por mim, como aproveitei esse dia? Fiquei frustrada, não fiz nada por mim, nada, nem mesmo algo mais simples, um carinho.
Puxa, queria ter feito algo por mim, sei lá, qualquer coisa. Um dia de beleza, reler aquele livro (velho) que vejo na estante, ir ao cinema... Me sentir importante pra mim mesma... Acabo ficando com aquela sensação de um dia perdido.
Na verdade, ando sem motivação pra nada, pra fazer as coisas simples por mim e pior ainda pra diversão. Soube que uns amigos irão se reunir pra uma festa de S. João, a minha vontade é nula de ir a essa festa. Engraçado, ao mesmo tempo que sinto que preciso fazer algo por mim, não sinto a menor vontade de fazer nada. É um antagonismo.
Ando muito desmotivada com o trabalho, ele é medido pela minha produtividade, e não ando nada bem, isso me deixa triste e pensando em mudar de carreira, mas eu reconheço que dificilmente eu conseguiria algum outro que me dê a flexibilidade de horário que tenho. Por isso, forço a me concentrar, focar mais no trabalho. Eu preciso me sentir melhor em relação a ele. Tenho que estar grata por ter trabalho, saúde e aproveitar isso.
Pensei em mudar de carreira, fiz um esboço de um projeto. De cara, vi que é imprescindível eu ter uma Pós e falar inglês fluente. Aí complicou, porque não tenho dinheiro para isso, ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Vou pensar mais, e me organizar para meter as caras e fazer a pós e o curso de inglês, porque não tenho outra saída. Bem, pelo menos eu sou assim, quando algo me incomoda, não está bom, eu procuro mudar. Graças a Deus eu sou assim, pois eu acho horríveis aquelas pessoas que ficam reclamando da vida e não faz nada proa mudar e quando ver, já está idoso e amargurado.
Bem, amanhã vou tentar ir ao cinema, fazer algo por mim. Eu preciso.

domingo, 14 de junho de 2009

Dia dos namorados!! Hã???

Dia dos namorados, tantas expectativas pra alguns e pra outros um péssimo dia.
Para essas pessoas serve pra lembrar o quão você está sozinho, que a concorrência está demais, que está difícil pra "conseguir" um homem, que já faz não sei quanto tempo que não faz sexo ou mesmo dar um beijo na boca. Ô vidinha cruel!

Eu estou aqui no meio termo, tenho um marido e estou só, nos dias dos namorados e na maioria dos outros também. Até esqueci desse dia, uma cliente que lembrou, que droga, seria bom que desse uma amnésia.
Mas paciência, logo de manhã, ele me acordou no celular pra me desejar "Feliz dia dos namorados!" quanta ironia, quase perguntei, feliz???? (onde ele estava não tem essa comemoração, sorte a dele), eu te amo, tô com saudades pra lá e pra cá e só. Não dava pra muita coisa mesmo. Até que havia um fio de esperança de que ele mandasse flores talvez, mesmo sabendo de que não abrandaria a sensação de me sentir só, carente.

Fiquei com raiva nesse dia, dele, de mim, do trabalho dele, dos namorados... que saco esse dia!
Não podia sair com os solteiros, porque eles iam pra balada flertar, aí não dava pra mim. Não podia sair com os casados, porque seria uma vela, também não dá. Fui pra casa depois do trabalho, esperei ver um filme, mas só tinha coisas românticas na tv, chorei,
Nossa, como me senti só! Desabafei.
Li um pouco e depois dormi. No outro dia, novo dia, nova esperança de logo estar com o meu marido e comemorar todos os dias como namorados.

E pra começar...

Sempre tem um começo pra falar de si, aproveitar e se auto-analisar, aparar as arestas, compartilhar e seguir em frente!
Pois bem, sempre tive vontade de voltar a escrever um diário, comecei aos 11 e deixei de escrever com uns 24 anos, nem eu sei porquê. Depois de passados uns anos, eu rasguei todos eles, me dei conta de que os meus diários era o lugar para extravasar as minhas tristezas, inseguranças, dúvidas, raivas e sinceramente, rever e reviver coisas ruins, com tantas riquezas de detalhes, não é nada bom!! Rasguei tudo. Mas agora me deu vontade de voltar a escrever, somente agora após os 35 anos, com uma vida bem pacata, e me sentindo tão só, apesar dos amigos, família...enfim, o que muitas pessoas vivem, vidas cotidianas como a minha.
Me dei conta que apesar de tanta coisa ruim no diário, expor de maneira tão sincera, me fazia bem. Extravasar todos os meus monstros é o que preciso aqui e apartir de agora.

Estou fazendo esse diário com o exclusivo desejo de escrever, amo escrever, então como não sou nenhuma exímia escritora, então optei em falar o que gosto, meus poemas, meus sonhos e do meu mais profundo eu, minhas dúvidas, angústias, alegrias, minha solidão. Sem nenhuma pretensão, apenas deixar fluir os pensamentos e registrar aqui.

Que seja uma ótima temporada!

TUDO DE RUIM QUE EU SENTI

Essa é uma última carta falando dos meus sentimentos, tão fortes que inundaram o meu coração nesses últimos meses. Infelizmente foram tão negativos, tão pesados, tão difíceis de serem superados. Ainda não estou inteira, infelizmente, e não consigo ver que lá na frente estarei completa. É o meu desejo, mas nem sempre o que desejo é o que tenho da vida.
Hoje, eu tenho dias melhores, em outros, dias piores. Vou seguindo... mas tenho a razão que me acompanha e não me deixa abandonada em lugar nenhum. Tenho que sorrir, por mais que eu queira chorar.

A cada dia eu descubro um novo sentimento atormentando a minha alma.
Primeiro eu estava em estado de choque, não era eu. Tinha horas que me desesperava por ver que a minha vida era uma mentira, uma farsa, eu pensava, dizia, gritava: - perdi o homem que eu amo, perdi o meu sonho, minha vida não era de verdade? O que será da minha vida?!! Como acordar amanhã?
Que dor!! Até física, pensei que eu não fosse agüentar.
Em outras, eu esquecia completamente de tudo, e lá no fundo eu dizia pra mim, não, esse não é o “meu” homem, aquele que amo, confio, admiro...
tocava a vida, passava o dia e agia como se nada tivesse acontecido.
Nada explica, nem eu me entendi.

Aos poucos, as coisas foram se clareando, fui lendo e pensando, fui vendo e pensando, ouvindo e sentindo, tudo mudou, aquele meu mundo não existia, era tudo uma doce ilusão, era apenas o “meu” mundo. Procurei nele e você não estava.

Você já não era o mesmo você, e eu não poderia ser mais a mesma.

Como disse, tudo mudou, o ódio tomou conta de mim, a mágoa foi fundo, todos os sentimentos ruins eu tive por aquele que eu amava, me senti usada, humilhada, ofendida, inferiorizada... quanta ingratidão, me dei tanto e recebi tão pouco. Mais uma vez eu saio perdendo por me dar tanto e ainda esperar reciprocidade. Isso eu sei, mas não consigo, sempre espero que o outro aja comigo, como eu ajo com ele. Me senti tão pequena, um nada. Impotente, mãos atadas, eu não podia dar vazão aos meus sentimentos, tinha medo deles. Nunca senti algo tão forte assim. Me senti perdida. Só podia chorar!! Era só o que eu fazia.

Dias passavam e lá no fundo, eu senti uma esperança, mínima, mas senti. Mas não era a de você mudar, era a de eu ter me equivocado e nada disso ter acontecido. Que você ainda estava lá... no MEU mundo, recolhido, que eu poderia procurar que acharia você, o mesmo de sempre, o meu amor.
Me agarrei a esse fio de esperança, com todo o medo do mundo, com toda a contradição dos meus outros sentimentos que ainda me atormentam.

Medo. Hoje posso dizer que esse é o meu maior sentimento, aquele que povoa a minha mente na maior parte do meu dia. Medo de estar cometendo os mesmos erros, de acreditar, de perder mais tempo, de recomeçar, de voltar a sonhar.

Eu olho pra você, e vejo que não é aquele que há tão pouco tempo atrás eu confiava tanto, que eu queria construir uma vida, que compartilhava os meus sonhos, que me fez amá-lo tanto exatamente por me mostrar me amar muito, me admirar, me ter como sua cúmplice, sua parceira pra vida, sua impulsionadora, seu alicerce, quantas vezes eu ouvi isso no passado. E agora o discurso é o oposto, já não sou o seu alicerce, sua companheira, seu apoio. Já não fazemos parte da vida do outro.
Já não sei mais quem é você e eu definitivamente, não poderia ser a mesma.
Ainda não sei quem sou.

A dor ainda existe por toda a perda que tive, os sentimentos de mágoa, raiva, insignificância ainda estão aqui, me restando algumas lágrimas. Eu perdi tanto, além do homem que eu amo, uma família, um filho, aqueles eu já não os terei mais. Essa vida não veio, mas já passou. Outra vida continua, assim eu vou seguindo, uns dias piores, outros melhores, iguais a de todo mundo.

A cada dia os sentimentos se transformam, e eu sei que um dia eu olharei para o passado e ainda irá doer, mas sei que não chorarei mais. Por que a vida é assim. E eu não seria a única que passaria por ela, sem viver algo tão forte, com tanta dor.
Quem sabe isso sirva para eu valorizar algo muito bom que está me esperando lá na frente? Quem sabe! Vou e preciso acreditar!