domingo, 14 de junho de 2009

TUDO DE RUIM QUE EU SENTI

Essa é uma última carta falando dos meus sentimentos, tão fortes que inundaram o meu coração nesses últimos meses. Infelizmente foram tão negativos, tão pesados, tão difíceis de serem superados. Ainda não estou inteira, infelizmente, e não consigo ver que lá na frente estarei completa. É o meu desejo, mas nem sempre o que desejo é o que tenho da vida.
Hoje, eu tenho dias melhores, em outros, dias piores. Vou seguindo... mas tenho a razão que me acompanha e não me deixa abandonada em lugar nenhum. Tenho que sorrir, por mais que eu queira chorar.

A cada dia eu descubro um novo sentimento atormentando a minha alma.
Primeiro eu estava em estado de choque, não era eu. Tinha horas que me desesperava por ver que a minha vida era uma mentira, uma farsa, eu pensava, dizia, gritava: - perdi o homem que eu amo, perdi o meu sonho, minha vida não era de verdade? O que será da minha vida?!! Como acordar amanhã?
Que dor!! Até física, pensei que eu não fosse agüentar.
Em outras, eu esquecia completamente de tudo, e lá no fundo eu dizia pra mim, não, esse não é o “meu” homem, aquele que amo, confio, admiro...
tocava a vida, passava o dia e agia como se nada tivesse acontecido.
Nada explica, nem eu me entendi.

Aos poucos, as coisas foram se clareando, fui lendo e pensando, fui vendo e pensando, ouvindo e sentindo, tudo mudou, aquele meu mundo não existia, era tudo uma doce ilusão, era apenas o “meu” mundo. Procurei nele e você não estava.

Você já não era o mesmo você, e eu não poderia ser mais a mesma.

Como disse, tudo mudou, o ódio tomou conta de mim, a mágoa foi fundo, todos os sentimentos ruins eu tive por aquele que eu amava, me senti usada, humilhada, ofendida, inferiorizada... quanta ingratidão, me dei tanto e recebi tão pouco. Mais uma vez eu saio perdendo por me dar tanto e ainda esperar reciprocidade. Isso eu sei, mas não consigo, sempre espero que o outro aja comigo, como eu ajo com ele. Me senti tão pequena, um nada. Impotente, mãos atadas, eu não podia dar vazão aos meus sentimentos, tinha medo deles. Nunca senti algo tão forte assim. Me senti perdida. Só podia chorar!! Era só o que eu fazia.

Dias passavam e lá no fundo, eu senti uma esperança, mínima, mas senti. Mas não era a de você mudar, era a de eu ter me equivocado e nada disso ter acontecido. Que você ainda estava lá... no MEU mundo, recolhido, que eu poderia procurar que acharia você, o mesmo de sempre, o meu amor.
Me agarrei a esse fio de esperança, com todo o medo do mundo, com toda a contradição dos meus outros sentimentos que ainda me atormentam.

Medo. Hoje posso dizer que esse é o meu maior sentimento, aquele que povoa a minha mente na maior parte do meu dia. Medo de estar cometendo os mesmos erros, de acreditar, de perder mais tempo, de recomeçar, de voltar a sonhar.

Eu olho pra você, e vejo que não é aquele que há tão pouco tempo atrás eu confiava tanto, que eu queria construir uma vida, que compartilhava os meus sonhos, que me fez amá-lo tanto exatamente por me mostrar me amar muito, me admirar, me ter como sua cúmplice, sua parceira pra vida, sua impulsionadora, seu alicerce, quantas vezes eu ouvi isso no passado. E agora o discurso é o oposto, já não sou o seu alicerce, sua companheira, seu apoio. Já não fazemos parte da vida do outro.
Já não sei mais quem é você e eu definitivamente, não poderia ser a mesma.
Ainda não sei quem sou.

A dor ainda existe por toda a perda que tive, os sentimentos de mágoa, raiva, insignificância ainda estão aqui, me restando algumas lágrimas. Eu perdi tanto, além do homem que eu amo, uma família, um filho, aqueles eu já não os terei mais. Essa vida não veio, mas já passou. Outra vida continua, assim eu vou seguindo, uns dias piores, outros melhores, iguais a de todo mundo.

A cada dia os sentimentos se transformam, e eu sei que um dia eu olharei para o passado e ainda irá doer, mas sei que não chorarei mais. Por que a vida é assim. E eu não seria a única que passaria por ela, sem viver algo tão forte, com tanta dor.
Quem sabe isso sirva para eu valorizar algo muito bom que está me esperando lá na frente? Quem sabe! Vou e preciso acreditar!

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